18/10/2023

Manuel Perez Martinez é o entrevistado de outubro

Filho de imigrantes, 78 anos,  casado, pai de dois filhos, professor e Auditor Fiscal, Perez conversou com o IAF e contou sua história de vida, desde o nascimento em Salvador até a aposentadoria.

Conte-nos um pouco da sua história. Onde você nasceu?

Nasci e me criei em Salvador, na Rua Marquês de Maricá. Os meus pais eram imigrantes de Portugal e da Espanha. Na minha infância ajudava meu pai em seu armazém fazendo contas e anotando as cadernetas de “fiado”. Ali já se desenhava a minha futura profissão ou seja, com 11 anos já “escriturava” o contas a receber dele.

 Como foi a sua formação? (fale sobre o primário, secundário, superior, pós-graduação)

Fiz o primário no Colégio Antônio Calmon (Baixa de Quintas). O secundário fiz no Colégio Carneiro Ribeiro (Soledade) e Severino Vieira (Nazaré). O segundo grau fiz o curso Técnico em Contabilidade no Duque de Caxias (Liberdade). No CAEC – Centro de Aperfeiçoamento do Ensino Comercial fiz um curso que me habilitou como Professor de Contabilidade Geral para o ensino médio. Na Fundação Visconde de Cairu tornei-me Bacharel em Ciências Contábeis. Na UCSAL fiz a pós graduação em Metodologia do Ensino Superior. Na Visconde de Cairu fiz o Mestrado em Contabilidade.

 

Como foi que você chegou ao cargo de Auditor Fiscal?

Na época eu trabalhava na holding da Odebrecht após passar por nove empresas do setor privado, na função de Contador geral ou da área fiscal. Com experiência acumulada e emprego certo, pensei: Vou fazer porque é uma carreira que me dará estabilidade e mais segurança para minha família. Preparei-me com as disciplinas que não dominava tanto, fiz o concurso para Simões Filho, no primeiro momento não me classifiquei, lembrando que com os pontos obtidos teria sido o primeiro de Alagoinhas. Posteriormente o governador Nilo Coelho ampliou o número de vagas inicial e prorrogou o prazo do concurso. Então fui lotado na Inspetoria de Simões Filho, onde tomei posse. Veio o governo de Antônio Carlos Magalhães, anulou a nomeação oriunda dessa prorrogação e após quatro anos, por decisão judicial, já no governo de Paulo Souto fui reintegrado. Assim cheguei ao cargo de Auditor Fiscal.

Quais a suas experiências no cargo de Auditor Fiscal?

Inicialmente fui trabalhar na Inspetoria de Trânsito em Simões Filho onde aprendi muito com os colegas auditores e agentes em cada plantão dado. Após algum tempo fui chamado ao gabinete do delegado para assumir a Inspetoria de Simões Filho onde fiquei por seis meses, indo trabalhar posteriormente na Inspetoria de Lauro de Freitas, recém aberta, exercendo fiscalização de empresas da região. Com a extinção da Inspetoria retornei para Simões Filho, sendo lotado na fiscalização de Grande Empresas que depois foi transferida para Salvador, onde fiquei até a minha aposentadoria.   experiência no magistério da UCSal, no curso de Ciências Contábeis, participei como instrutor de inúmeros cursos internos e de pós-graduação promovidos pela SEFAZ.

 Como foi a conciliação entre a vida de pai, esposo, avô (?) e Auditor Fiscal? Enfrentou muitos desafios na múltipla jornada?

Casado há 48 anos, tenho um filho e uma filha, ainda não sou avô. Consegui conciliar, com muita garra e amor ao que fazia, tanto no trabalho de auditor quanto na condição de professor do curso de Ciências Contábeis na UCSal. e ainda na responsabilidade com a família.

O que mais te orgulha no período que você passou na SEFAZ?

Orgulho do trabalho realizado com profissionalismo, honradez e ética, além do reconhecimento dessas qualidades pelos colegas.

Quando você se aposentou, como foi a adaptação à nova realidade?

Quando me aposentei continuava ministrando aulas para curso regular e pós-graduação, dessa forma não foi impactante na minha vida. Senti falta inicialmente do trabalho e principalmente do convívio diário com os colegas, pois gostava de ir fazer minhas tarefas na Inspetoria.

Você se tornou um “inativo” ou se dedica a outras atividades?

Dedico-me a outras atividades como membro do Conselho Fiscal da ASFEB, trabalho voluntário no GACC, trabalho voluntário na paróquia que frequento, participação ativa nas reuniões e assembleias do órgão de classe, além de viajar mais, que é algo que sou apaixonado. Pratico caminhadas, faço pilates e por muito tempo participei do campeonato de futebol promovido pela Asfeb. Participo ativamente das atividades sociais promovidas pelo IAF e pela Asfeb.

Como vivenciou o período da pandemia e como essa realidade impactou a sua vida?

Acompanhei de perto a situação, preocupei-me em alguns momentos, mas adaptei-me inclusive tomando três doses da vacina. Fui acometido da Covid por duas vezes, graças a Deus, bem leves. Senti falta do Pilates e do futebol que praticava.

O que você gostaria de dizer que não foi perguntado?

Apesar do pouco reconhecimento da sociedade e principalmente dos gestores da Sefaz, ter no meu currículo o exercício da auditoria fiscal fez parte da minha realização como pessoa e como profissional. Foi gratificante e agradeço todos os dias ao bom Deus por ter me dado esta oportunidade na minha vida.

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