Lidio Teles (*)

Você sabia que o balneário de Itacimirim está a cerca de 100 km do centro da capital da Bahia?

Sabia que de Ondina (Alto de Ondina - Palácio do governador, Ondina Apart Servic, Prefeitura da Aeronáutica) ao aeroporto Luís Eduardo Magalhães medem de 27 a 28 km?

Sabia que o município de Lauro de Freitas começa logo após  aquele aeroporto e se estende até às margens do Rio Joanes,  numa distância de 6 km?

Sabia que a “Estrada do Coco” começa na entrada do mesmo aeroporto e termina às margens do Rio Pojuca, a  61,4 km daquele estabelecimento?

Sabia que a “Linha Verde” se inicia na ponte sobre o Rio Pojuca, portanto no fim da Estrada do Coco e na divisa de Camaçari com Mata de São João, vai até a localidade de Mangue Seco no Município de Jandaíra divisa com Sergipe, e mede 138 km?

Sabia que o Aeroporto Luís Eduardo Magalhães agora já fica no município de Salvador, faltando apenas colocar isso em lei?

Sabia que o subdistrito de Pojuquinha desmembrado de Monte Gordo distrito de Camaçari, e a Praia da Barra em Itacimirim pertencem àquele município, e o distrito de Praia do Forte pertence a Mata de São João?

Sabia igualmente que no percurso da Estrada do Coco o 1º balneário é Arembepe, o 2º é Guarajuba e o 3º  e último é Itacimirim?

Agora ficou fácil saber que do Palácio de Ondina à Praia de Mangue Seco, medem 232 km.

Você sabia que não existe divisão formal entre Guarajuba e Itacimirim, só existe entre Itacimirim e Praia do Forte, que é o Rio Pojuca? Convencionalmente diz-se que até o Hotel Vila Galés é Guarajuba, a partir dali até a foz do Rio Pojuca chama-se Itacimirim. Assim, não é verdade que as duas localidades são separadas pelo Rio Pojuca, como consta na Internet.

Itacimirim é um nome da língua tupi (não tupi-guarani) falada pelo povo tupinambá que habitava o sul da Bahia desde antes do descobrimento do Brasil (os tupis-guaranis habitavam o sul da América do Sul: Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina), e esse nome se originou da junção das palavras: itá (pedra), sy (mãe), mirim (pequena) = itá-sy-mirim, da língua tupi. Na tradução direta para o português seria: pedra mãe pequena, que em nosso linguajar corrente fica: pequena pedra mãe, ou, pequena pedra lisa.

Naquela localidade existe um lajedo de corais, justamente o que dá nome ao balneário, e onde em 18/09/1984 o velejador Paulista Amyr Klink tendo partido sozinho da costa da Namíbia, na África, após 100 dias de travessia do Atlântico Sul em seu barco a remo, nele aportou exausto e faminto.

As principais e melhores praias de Itacimirim são: Praia do Surf; Praia do Buracão; Praia da Espera e a última, Praia da Barra; esta já fica no Rio Pojuca, e é um misto de água doce/salgada. É também a mais concorrida especialmente nos fins de semanas, sobretudo em grandes feriados quando às vezes chega a ter 30 ônibus estacionados em seu entorno.

Com exceção da chamada Praia da Barra as demais de Itacimirim são as menos concorridas da Estrada do Coco, uma vez que os ônibus passam por longe, e como não há estacionamentos públicos por perto, as mesmas são mais frequentadas por quem mora por ali ou tem casas e vilages na redondeza.

Outros fatores pelos quais suas praias não são tão concorridas são: porque  por elas não se pode passear de jeep, buggy, nem motos, além de haver apenas quatro barracas naquele espaço, e a existência delas é o principal atrativo para os frequentadores das areias. E isto tem sua razão de ser: é que a região é a preferida pelas tartarugas marinhas para desova, motivo pelo qual as praias locais são protegidas pelo IBAMA, através do projeto TAMAR, fazendo com que todo aquele trecho se transforme  em verdadeiro paraíso em termos de tranquilidade e belezas naturais.

Em Itacimirim existem três lagoas. As mais notáveis, porém, são a Lagoa das  Virgens e a Lagoa Velado,  que formam também três ilhas na localidade: uma entre a Lagoa Velado e a das Virgens, que é conhecida como Ilha do Meio e na qual ficam os maiores complexos de vilages da localidade, e mais duas dentro da Lagoa das Virgens: a mini Ilha Preta, em um dos braços em que se abre a mesma no local, e outra no outro braço, que se chama Ilha Maior.

Na região de Itacimirim e adjacências têm quase tudo que o veranista necessita para seu conforto e tranquilidade: supermercados, depósito de bebidas, adega, feira, farmácias, hotéis,  pousadas, vilages, peixarias, açougues, restaurantes, sendo o único balneário na área da grande Salvador onde, na época apropriada, os banhistas ainda podem se banhar desfrutando da companhia de tartarugas marinhas e se deleitando com piruetas de golfinhos bem ao alcance das vistas, sem contar que nas lagoas locais ainda se pesca traíras,  tucunarés, robalos e camarões d'água doce, e nas reservas de mata nativa da área ainda aparecem teiús, jabutis, lotes de micos, de aracuãs e gaviões diversos, além da existência de um lindo mini manguezal às margens do próprio Rio Pojuca, área de reprodução de caranguejos e aratus protegida pelo IBAMA, ponto obrigatório de visita para quem aprecia a natureza...

(*) Auditor Fiscal aposentado da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia