Pesquisa de satisfação, veja o resultado.
PESQUISA DE SATISFAÇÃO - 2025
1. Considerações gerais
No último mês de julho o Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia – IAF Sindical, concluiu pesquisa de opinião entre auditores fiscais ativos, aposentados e pensionistas, utilizando uma abordagem de metodologia mista, combinando métodos qualitativos e quantitativos para uma compreensão aprofundada da percepção dos participantes.
O projeto foi desenvolvido em duas etapas complementares, adotando as metodologias qualitativa e quantitativa. A metodologia qualitativa se deu com bate-papo com um grupo específico de auditores fiscais, representantes das diversas áreas fazendárias. A metodologia quantitativa foi realizada com a coleta de dados online através de questionários autoaplicáveis. A integração dessas duas abordagens, conhecida como triangulação metodológica, permitiu uma validação cruzada dos achados, enriquecendo a análise e fornecendo uma perspectiva mais robusta e abrangente sobre o fenômeno estudado.
A pesquisa, realizada em três grupos, teve como objetivo: no primeiro grupo entre auditores fiscais ativos, aposentados e pensionistas para avaliação do sentimento em relação ao IAF Sindical; no segundo, entre auditores fiscais lotados nas unidades do Centro Administrativo; no terceiro grupo, entre auditores fiscais ainda em atividade laboral, lotados nas demais unidades fazendárias. Nos dois últimos grupos, visando identificar o nível de satisfação dos auditores fiscais que ainda estão no exercício de suas atividades laborais e como se sentem em relação ao ambiente de trabalho, possibilitando avaliar o clima organizacional na Sefaz.
Na etapa qualitativa foram ouvidos dois grupos focais: um com os auditores fiscais ativos lotados no Centro Administrativo e outro com os auditores fiscais lotados nas DATs Metro, Norte e Sul, além daqueles lotados na INFIP e COPEC.
A etapa quantitativa foi voltada para a totalidade dos auditores fiscais em atividade, aposentados e pensionistas filiados ao IAF Sindical.
Considerando o universo de auditores fiscais, em atividade e aposentados, além dos pensionistas, foi estabelecido um nível de confiança de 95% e variância máxima, com erro amostral máximo admitido de 5,44% para mais ou para menos.
A amostra revelou ser composta majoritariamente por homens, com faixa etária predominante entre 51 e 70 anos, correspondendo a 79,9% dos respondentes, refletindo um perfil mais experiente do corpo de auditores fiscais. A pesquisa mostrou que 57,22% dos auditores fiscais apresentam mais de 30 anos de atuação. Do total de auditores fiscais que participaram da pesquisa, 55,67% estão lotados no Centro Administrativo e na DAT Metro.
A maioria dos respondentes é composta por aposentados (52,58%), seguida de perto pelos auditores ativos (45,54%). Os pensionistas representam 1,88%.
2. Percepções sobre o trabalho na Sefaz
2.1. Pertencimento à Sefaz, identificação com a carreira e orgulho institucional
Ambos os grupos focais (Centro Administrativo e demais unidades) demonstraram forte senso de pertencimento à Sefaz, com destaque para a identificação com a carreira e orgulho institucional, opinião de 75% da amostra.
2.2. A política salarial o sistema de remuneração adotado pela Sefaz
Sobre a satisfação com a política salarial adotada pelo governo, 20,62% mostraram-se satisfeitos, 57% mostraram-se insatisfeitos e 23,72% foram neutros ou não responderam.
2.3. Estímulo e liderança junto às equipes de trabalho
Sobre estímulo e exercício de liderança junto às equipes de trabalho, 22,6% declararam-se satisfeitos, 48,45% declararam-se insatisfeitos e 34,53% foram neutros ou não responderam.
2.4. Eficácia da comunicação com os servidores
Perguntado se a comunicação da Sefaz com os auditores fiscais é eficaz, informando, orientando e estimulando o quadro, 9,79% responderam positivamente, 57,22% responderam negativamente e 32,99% declararam-se neutros ou não quiseram responder.
2.5. Relações interpessoais e clima organizacional
Sobre as relações interpessoais e clima organizacional, 35,06% concordam que há um clima de animosidade entre os integrantes das carreiras do grupo fisco, enquanto 31,96% discordam. Os neutros representaram 29,38% e os que não sabiam ou não quiseram responder, 3,61%. Chamou atenção o sentimento dos auditores fiscais com menos de 10 anos de atividade na Sefaz com 70% concordando que há um clima de animosidade, enquanto os que possuem entre 10 e 20 anos a percepção ficou em 50% concordando e 50% discordando. É importante salientar que na INFIP 71,43% posicionaram-se como neutro.
2.6. Teletrabalho
Perguntado se o teletrabalho é amplamente aceito como prática positiva, principalmente pelo conforto e flexibilidade que proporciona, 82,99% concordaram enquanto apenas 4,12 discordaram. Ainda sobre o teletrabalho, 36,08% entendem que cria isolamento social e de convívio, que pode acarretar problemas ergonômicos e psicossociais, além de provocar menor envolvimento com a cultura organizacional, enquanto que 38,15% discordam. Posicionaram-se neutros 24,23% e 1,55% não souberam ou não quiseram responder. Número que chamou atenção foi a percepção na INFIP, onde 71,43% concordaram.
2.7. Instalações Físicas
37,63% concordam que as instalações físicas atendem às necessidades dos auditores fiscais, enquanto 40,72% discordam. Entre os auditores fiscais com menos de 10 anos de atividade na SEFAZ, 90% concordaram e entre 10 e 20 anos, 50% concordaram e 50% mantiveram-se neutros.
2.8. Equipamentos de Informática
Perguntado se os equipamentos de informática são adequados para a realização dos trabalhos, 44,85% responderam positivamente, enquanto 31,96% discordaram e 23,19% declararam-se neutros ou não quiseram responder.
2.9. Capacitação
Os auditores fiscais reconhecem o investimento da SEFAZ em capacitação. No entanto, a análise por local de trabalho revelou desigualdade de acesso a essas oportunidades, o que justificaria maior atenção à equidade na distribuição dos treinamentos. Para 40,2% dos respondentes, existem programas sistemáticos de treinamentos, seminários e transmissão de conhecimento, enquanto 29,38% discordam. A maior avaliação positiva verifica-se na COPEC (66,67%), seguida da DAT Norte (46,43%), CAB (45,46), DAT Sul (43,33%), INFIP (42,86) e DAT Metro (30,19%).
2.10. Gestão
2.10.1. Renovação no quadro de gestores
A quase unanimidade dos respondentes apontaram a importância da renovação no quadro de gestores, entre os quais há críticas quanto a transparência da gestão, especialmente sobre os objetivos estratégicos e seus desdobramentos operacionais. Concordam com a importância da renovação: 87,27% no CAB, 88,89% na COPEC, 83,02% na DAT Metro, 60,72% na DAT Norte, 73,34% na DAT Sul e 100% na INFIP.
2.10.2. Clareza nos objetivos das ações planejadas
Em relação à existência de clareza nos objetivos das ações planejadas pela gestão, nos meios de execução e nos resultados a serem alcançados, 42,97% dos respondentes discordaram e 21,65% concordaram. 29,42% mantiveram-se neutros ou não quiseram responder. Chama a atenção a quantidade de entrevistados que não responderam: 50%.
2.10.3. Reuniões periódicas com a equipe
O gráfico de concordância com a afirmação “O gestor de sua unidade realiza reuniões periódicas com a equipe, visando conhecer as dificuldades enfrentadas pelos auditores fiscais e se empenha em superá-las“, ao analisar o perfil por unidade/diretoria, discordaram 27,28% no CAB, 11,11% na COPEC. 41,40% na DAT Metro, 28,57% na DAT Norte, 36,66% na DAT Sul e 42,86% na INFIP. Concordaram 34,55% no CAB, 77,78% na COPEC, 28,30% na DAT Metro, 42,86% na DAT Norte, 40% na DAT Sul e 28,57% na INFIP. Chama atenção a quantidade dos entrevistados de todas unidades que não quiseram responder: 50%.
2.10.4. Reposição de servidores aposentados
Todos os auditores fiscais apontaram problemas graves com a falta de reposição de servidores aposentados, afetando a eficiência do trabalho, especialmente em Inspetorias do interior que estão subdimensionadas, e com infraestrutura deficiente (ausência de telefone e má qualidade da internet).
Sobre a “falta de reposição de servidores aposentados está afetando a eficiência do trabalho, especialmente em Inspetorias do interior”, concordaram com a afirmação: 67,27% no CAB; 77,77% na COPEC; 81,13% na DAT Metro; 92,86% na DAT Norte; 93,33% na DAT Sul; e 100% na INFIP. Discordaram com a afirmação 3,64% no CAB; 22,22% na COPEC; 3,78% na DAT Metro; 3,33% na DAT Sul. Na DAT Norte e na INFIP ninguém discordou da afirmação.
2.10.5. Sistemas de rede, internet e telefonia
Sobre a qualidade dos sistemas de rede e telefonia os auditores fiscais afirmaram positivamente; 45,45% no CAB; 22,22% na COPEC; 28,30% na DAT Metro; 10,71% na DAT Norte; 13,33% na DAT Sul; e 28,57% na INFIP; avaliaram negativamente: 29,09% no CAB, 55,55% na COPEC, 43,40% na DAT Metro, 75,10% na DAT Norte, 80% na DAT Sul e 57,15% na INFIP. No total de entrevistados em todas as unidades, 50% não quis responder.
3. Avaliação do SIAF
3.1. Todos os respondentes expressaram uma visão amplamente positiva sobre o SIAF. Os auditores fiscais lotados no CAB elogiaram o sistema de fiscalização como uma ferramenta criada para resolver problemas tributários e aqueles lotados nas demais áreas destacaram a robustez do sistema, e o fato de ter sido desenvolvido por auditores com conhecimento em TI e auditoria, que proporciona segurança e confiança (69,07%), e a crença de que um profissional de TI externo dificilmente desenvolveria uma ferramenta tão eficaz (46,91%). Discordam desta última informação, 23,71 dos entrevistados. Ficaram neutros 20,10% e 9,28% não responderam.
4. O IAF e a representatividade da categoria dos auditores fiscais
Neste grupo foram ouvidos, além dos auditores fiscais em atividade, os aposentados e os pensionistas.
4.1. Sobre a representação da categoria dos auditores fiscais
O papel do IAF Sindical como representante da categoria foi amplamente reconhecido e valorizado por todos. Os auditores fiscais lotados no CAB destacaram a representatividade positiva do IAF Sindical, a necessidade de mobilização mais efetiva da categoria e de maior articulação com o legislativo. Os demais enfatizaram a importância da entidade para resgatar a autoestima de seus associados durante a crise política e seu conhecimento especializado em auditoria, o que o torna uma referência.
4.2. Atividades que o IAF Sindical pode oferecer para atender aos auditores ativos
Nesta questão, 75,26% reivindicaram acompanhamento jurídico individualizado; 28,35% apontaram a necessidade de cursos técnicos específicos; 23,71 apontaram eventos de integração entre os colegas; 14,95% reivindicaram melhor estrutura para o tralho remoto; Outros ou não quiseram responder, 10,31%.
Todos os respondentes identificaram o setor jurídico como uma área que necessita de aprimoramento, com acompanhamento mais eficaz dos processos judiciais. Apontaram falhas na atualização e comunicação, e preocupações com a sobrecarga dos advogados, sugerindo a personalização na condução dos processos e criação de departamentos consultivo e judicial para separar as demandas.
O escritório de assessoria jurídica, Azi e Torres, foi elogiado por sua importância na recuperação de verbas para a categoria.
Perguntado sobre a demanda para questões trabalhistas nos últimos 12 meses, 31,96% disseram ter procurado o IAF Sindical uma ou duas vezes, enquanto 45,36% disseram nunca ter procurado.
4.3. Relacionamento entre o IAF Sindical e a administração fazendária
A relação entre o IAF Sindical e a administração fazendária é vista como desafiadora devido à polarização política na Bahia, que dificulta o trabalho do sindicato. Para os auditores fiscais lotados no CAB, apesar das dificuldades, a diretoria tem conseguido manter um diálogo. Os demais identificaram dificuldade em obter reuniões como o secretário, sugerindo buscar outras formas de comunicação, como a mídia, para promover suas pautas e maior aproximação com a Procuradoria Geral do Estado. No geral, 69,95% concordam que há um bom diálogo entre o IAF Sindical e o Secretário.
5. Conclusão
A pesquisa revela predominância significativa de participantes do sexo masculino (77%), em comparação com os do sexo feminino (22,07%), demonstrando a necessidade de maior engajamento das mulheres nas causas de interesse dos auditores fiscais.
A triangulação dos resultados qualitativos e quantitativos oferece uma visão abrangente e multifacetada das percepções dos auditores fiscais ativos em relação à SEFAZ e ao IAF Sindical. Embora haja um forte sentimento de orgulho e pertencimento à SEFAZ, existem desafios significativos relacionados às relações interpessoais, à infraestrutura e à comunicação.
A insatisfação com a comunicação institucional e com a liderança da gestão foi expressiva tanto na etapa qualitativa quanto na quantitativa.
O SIAF é amplamente reconhecido como uma ferramenta eficaz.
O IAF Sindical desempenha um papel crucial na representatividade da categoria, mas há um claro consenso sobre a necessidade de otimização e aprimoramento do setor jurídico.
É importante uma comunicação mais estratégica e diversificada para fortalecer a categoria, sugerindo contratação de assessoria de imprensa para fazer um trabalho de resgate e valorização da opinião pública a respeito da categoria dos auditores fiscais, bem como torna-la mais diversificada e acessível.
As sugestões dos grupos focais, como a busca por maior aproximação com o legislativo e a integração entre auditores fiscais oferecem um caminho claro para o IAF Sindical abordar as preocupações e fortalecer ainda mais sua atuação.
Todos os apontamentos registrados já estão sob análise das respectivas diretorias com o objetivo de melhor atender às demandas dos associados.
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