No último mês de fevereiro o filiado Gregório Mateus de Aragão Araújo se tornou mais um Auditor Fiscal do concurso de 2019 a desistir da carreira no fisco baiano. Ele segue para a Sefaz/RS.
Gregório tomou posse na Bahia em maio de 2021 e, após quase dois anos de treinamento, aprendizado e, sobretudo, de resultado para a Fazenda, ele agora é mais um na estatística de Auditores oriundos do último concurso a deixar a carreira precocemente. Com mais essa saída, agora são apenas 51 vagas preenchidas dentre as 90 que foram ofertadas em 2019, número que tende a seguir diminuindo rapidamente considerando o atual cenário.
Ele trabalhava da Diretoria de Planejamento da Fiscalização (SAT/DPF) e representava a Bahia no GT 70 (Grupo de Trabalho da Comissão Técnica Permanente – COTEP, que cuida do controle e fiscalização dos créditos fiscais). Fora o gerente, ele era o único servidor lotado, no prédio sede, na Gerência de Monitoramento de Contribuintes (GMOC), atuando no combate e prevenção à sonegação por meio do monitoramento em tempo real. Além disso, ele teria grande responsabilidade e participação em um projeto do PROFISCO II previsto para a sua gerência: o Sistema de Monitoramento Online.
Na sua nova carreira, como Auditor na Sefaz/RS, ele terá remuneração inicial 70% superior em relação ao que percebe atualmente, maior inclusive que a remuneração da maioria dos auditores da Sefaz/BA, inclusive daqueles que já estão no topo da carreira. Ademais, não terá diferenças significativas no seu novo cargo em relação aos colegas que lá estão, isto é, fará jus ao mesmo teto constitucional dos demais e a mesma carga horária.
Ainda que já seja uma das secretarias modelo de gestão e líder tecnologicamente, a Sefaz/RS segue investindo pesado na renovação de pessoal, por meio da atração e manutenção de talentos. Já foram mais de 230 Auditores nomeados desde o último concurso, também em 2019, bem como mais de 300 Técnicos Tributários, do certame de 2018. Já na Sefaz/BA, seguimos com um quadro que precisa de renovação, com média de idade superior aos 60 anos e 292 contemplados com Abono de Permanência (Auditores que já poderiam estar aposentados mas continuam trabalhando). Essa realidade, como sabemos, dificulta a inovação, construção e atualização de processos, sistemas e projetos, o que compromete o futuro de TODA a carreira e da Secretaria em si.
Apesar de ter se mudado para Salvador com toda a família e de ter se adaptado e gostado da cidade, Gregório revela que foi a soma de diversos fatores que levou a sua saída: “Foi muito difícil optar por deixar Salvador, cidade que oferece a estrutura adequada para toda a minha família e ainda uma excelente qualidade de vida. Porém, optar por deixar a Sefaz/BA foi bem mais fácil. Mesmo me sentindo realizado com a atividade que exercia e com a ótima relação na Diretoria, há quase dois anos vinha alertando, ou tentando, aos colegas e à Administração sobre o abismo que existe entre a Bahia e os demais estados. Ainda que tenha ouvido promessas da alta gestão sobre temas como CET, teto remuneratório, gratificação fiscal, corte de níveis na carreira, nada chegou a se concretizar. Finalmente cheguei ao ponto de não poder mais esperar e sigo o rumo para outro destino, mas desejo que essas questões sejam resolvidas em breve, pois todas elas contribuem para o desmoronamento que se aproxima da carreira.”
O IAF, mais uma vez, destaca a extrema importância da implementação das mudanças essenciais, que visam a isonomia entre as diferentes gerações de servidores, o quanto antes, como a revogação da Lei 13.956/18, (que fixou carga horária diferente para os novos Auditores), teto remuneratório único e percepção de CET compatível com o acréscimo da carga horária por todos os Auditores Fiscais. Essas medidas se fazem urgentes para reverter o atual cenário de evasão de talentos na SEFAZ BA.
Perfeitas as colocações do colega pernambucano. Ele deve ir para onde ofereça as melhores condições para sua familia. Aproveitando a oportunidade, peço ao IAF que entenda as bandeiras de luta aos auditores veteranos, preteridos quando da implementaçao da graticaçao ja ganha na Justiça, mas que por falta de empenho dos nossos representantes até hoje nao foi implantada. Hoje um Auditor Fiscal ganha menos que um Agente de Tributos Estaduais. Batalhemos pelos novos, mas não esqueçamos dos veteranos, muitos com abono permanencia! Afinal, não temos culpa de envelhecer… independente de qualquer coisa, o tempo passa!
É resultado da administração do PT. O Rio Grande do Sul nunca permitiu a entrada desse partido nefasto.
Os auditores são servidores de alto padrão técnico e seus ganhos embora com numeral alto são confiscados no IR, 27.5%, Previdência, 15%. Mais as associações que estão sempre nos defendendo da falta de consideração e respeito dos direitos dos auditores. Eu já estou velho e não posso fazer opções como aposentado. Mas os governo e a mídia têm sido injustos com o quadro dos servidores públicos em geral. Se for jovem consegue, com sua qualificação, após concurso rígido e que uma minoria consegue passar, só os melhores é que o candidato tem potencial para ganhar muito mais em qualquer lugar do país. Não vai ficar parado aguardando promessas de remuneração justa que não acontecem porque o que discriminam os velhos aposentados chega a ser falta de humanidade.
Excelente análise. É importante que a sociedade perceba que é o Estado quem perde com essa forma de gestão.
já fez o concurso sabendo o valor do salário, depois quer reclamar.
Importante também é a revogação da lei que exige formação específica para ingressar na carreira de auditor na Bahia.
A maioria dos fiscos não exige, inclusive os melhores.
Graves problemas de gestão ocorrem tanto na administração direta quanto na indireta. Questão como essa deveria ser uma prioridade numa reforma séria de Estado.
No Maranhão é a mesma coisa, muitos auditores estão saindo por causa da defasagem salarial. Todas as outras categorias do estado estão tendo ajuste salarial, apenas a Sefaz-MA não consegue nada.
Não sou funcionário público, mais como empresário acompanho a situação do serviço publico, pois pagamos os nossos tributos com intuito de termos de volta através de infraestrutura.
O gestor do Estado precisa fazer uma reforma administrativa na repartição pública do Estado, diminuindo cabide de emprego de cargo comissionado para atender favores políticos, e aposentadoria de valores além da realidade etc.
A maioria dos Estados estão com suas contas deficitárias, devido a má gestão e à irresponsabilidade fiscal.
Prezado Marco Polo Barbosa Bahia,
Obrigado por seu comentário. Realmente, precisamos rever estas nomeações de políticos para cargos públicos, na maioria das vezes nem um pouco preocupados com o serviço público, mas com os seus partidos.
Com relação às aposentadorias de servidores públicos, até dezembro/2003, os servidores contribuíam para a previdência sobre a totalidade da remuneração recebida e, por isso, se aposentavam com a totalidade da remuneração. A partir de janeiro/2004, passaram a contribuir sobre o mesmo teto aplicável aos segurados do INSS e a aposentadoria também passou a ter como limite esse teto. Se quiserem complementar as aposentadorias, devem contribuir para a previdência complementar.
A reforma está acontecendo…
..e os políticos (maioria empresários) enxergam a fiscalização como um poste para eles. Querem fiscalização seletiva….e vão conseguir pelo andar da carruagem.
Deve ser difícil trabalhar de fiscal num dos estados que tem mais trambiqueiros no Brasil KKKKKK
Matéria sensacionalista
Ele assim como eu foi para outro q pagava mais ….
Eu fiz concurso 2016 para auditor no Maranhão ganhando x valor… Em 2018 assumi …..no mesmo ano 2016 ..fiz concurso para oficial de justiça no Piauí, passei e assumi ganhando mais do dobro do que o concurso do Maranhão……simplesmente mudei … não saí por má gestão….fui para onde paga mais.
*MATERIA SENSACIONALISTA*
Um AUDITOR FISCAL ganhar menos que um ATE não procede. Para a análise ser correta, coloque os dois com o mesmo tempo de serviço.
Tenho três cursos superiores, duas pós-graduação, uma na UFBA em Direito Tributário, e sou aposentada na condição de ATE. Não se trata de uma situação pontual e sim de uma realidade constante no quadro, a nível de qualificação.
Sra Telma o Estado do Rio Grande do Sul , já teve Governadores do PT sim , foram, Olivio Dutra que inclusive deixou escapar a FORD pra Bahia , e o outro foi Tarso Genro , dizem que foram governos péssimos
Simplesmente é a lei da oferta e da procura. Paga mais, tchau. Essa péssima condição de trabalho e salário baixo alegado pelos auditores é o sonho da maioria dos trabalhadores brasileiros.
O que se observa na administração pública da Bahia é um descaso absurdo. Nos últimos anos a única preocupação do governo do PT é cortar direitos dos servidores e maltratar a administração pública sem piedade.
Nas secretarias não se encontra servidores de carreira, senão raras exceções. Estes profissionais estão virando espécie em extinção.
Os governantes do PT optaram pela contratação de empregados de empresas terceirizadas.
E os concursos para cargos de carreiras estão sendo substituídos pelo processo de seleção simplificada, que tem pouca transparência.
Os órgãos da administração pública do estado estão abarrotados de profissionais contratados pelo Reda.
Na secretaria da educação até os professores são selecionados por este sistema simplificado. O Reda
representa um descaso e irresponsabilidade dos governantes para a com a educação da nossa tão amada Bahia, berço da resistência contra os opressores do passado, e que agora está sendo oprimida pelos seus filhos no presente.
O que se pode compreender é que existe um planejamento para destruir a administração pública da Bahia. É lamentável estas ações do governo do PT. Diante deste cenário no futuro bem próximo a população bahiana pagará um preço muito alto
Não é a toa que os indicadores sociais principalmente da educação, saúde e segurança pública é uma desgraça só.
Sem falar na política de remuneração dos servidores públicos que está caminhando para cinco mandatos com reajuste nos últimos anos de apenas 4%. Não ár nem para fazer arremedo de cara feia ao pai da obra, e muito menos da inflação dos últimos anos.
Um certo artista bahiano afirmou que a Bahia é o “Cu do Mundo”, e o outro declarou que a Bahia é terra dos três f: “fome foda e filhos”.
Tomando como ponto de referência as últimas ações dos nossos governantes é evidente que aqueles artistas tinham muita razão.
Eis porque o que observamos no cenário político atual da Bahia é os governantes preocupados em arrumar cargos públicos para amigos, filhos, sobrinhos, avós, mulheres e concubinas.
Há se o Gregório de Matos fosse vivo! Só ele para fazer poesias em homenagens a estes picaretas de plantão cuja preocupação maior é sangrar, sangra e sangrar o patrimônio público que pertence ao povo.
O desgaste não é só financeiro, é social, moral e corporativo.
Todos sofrem: os que vão, os que ficam e os que já foram!