Dada a grande extensão das nossas fronteiras, era muito difícil a fiscalização das mercadorias em trânsito. Mesmo com a existência de alguns postos fixos, os sonegadores sempre encontravam desvios para facilitar suas manobras. Então, a Administração Tributária criou um projeto de Postos Fiscais Volantes. Foram adquiridos cerca de uma dezena de trailers adaptados e colocados em pontos estratégicos conhecidos pelas Inspetorias Fiscais de cada região, sempre no entorno das estradas próximas às divisas estaduais. Cada Posto Fiscal Volante era composto por um motorista, um policial, um Guarda Fiscal e um Fiscal de Rendas; uma equipe bem preparada e disposta a enfrentar as adversidades que surgissem. Para facilitar a comunicação entre si e com os órgãos fiscalizadores aos quais cada equipe estava vinculada, os trailers foram equipados com um sistema de radiofonia, permitindo o seu deslocamento quando se descobria que os mal-intencionados mudavam de rota.

Pelo que se sabia, para os seus executores, o trabalho era muito árduo, até porque eles davam plantão também à noite. Muitos relatos de situações perigosas foram registrados. O fato é que os resultados, do ponto de vista repressivo, foram satisfatórios, mas, do ponto de vista operacional, nem tanto, até porque logo foi superado por outras formas de controle.

José Amândio Barbosa é Auditor Fiscal aposentado.