A evasão continua: Sefaz perde mais um Auditor Fiscal para o fisco municipal de São Luis
Neste mês de setembro, o associado Felipe Moreira Caland Bastos tornou-se o mais recente Auditor Fiscal do concurso de 2019 a deixar a Sefaz. Ele segue para o fisco municipal de São Luís/MA.
Com mais uma saída do auditor que tomou posse na primeira leva do seu concurso, em 2020, a Sefaz chega a marca de apenas 49 vagas preenchidas dentre as 90 constantes do edital.
Felipe, que atuou principalmente na AGE durante a sua passagem pela Bahia, conta que a inércia da administração em resolver os problemas apresentados foi o principal ponto negativo vivenciado. “Como os demais colegas, cheguei na Bahia pronto para contribuir e motivado a fazer carreira na Secretaria. Nos primeiros contatos, fomos informados que estávamos ingressando em um fisco de ponta, moderno e bem estruturado. Também nos foi informado que teríamos isonomia dentro da carreira, principalmente no tocante ao teto remuneratório. Infelizmente, a realidade é bem diferente”, contou Felipe.
Ainda segundo Felipe, “não demorou muito a perceber que a gestão da Fazenda frustrou a expectativa dos novos auditores, tratando os gritantes problemas da carreira de forma secundária e negligenciando as diversas propostas resolutivas apresentadas pelos novos auditores”.
Os ingressantes do concurso de 2019, que poderiam servir de fagulha para as mudanças necessárias na Secretaria, foram tratados como uma subcategoria dentro da carreira. Sem os mesmos direitos, com uma carga horária superior sem a contraprestação devida e espectadores de diversas promessas de melhorias não cumpridas, a evasão, o enfraquecimento da carreira e os danos à imagem da Secretaria da Fazenda da Bahia têm gerado consequências mais do que as esperadas.
Internamente, tem sido mais que comum ouvir que os processos não se modernizam nas mais diversas áreas e os sistemas vão se tornando obsoletos, criando um ambiente em que servidores dedicados acabam sendo penalizados e sobrecarregados.
“Pessoalmente, foi frustrante ouvir bravatas do tipo mês que vem resolvemos a situação de vocês e, no final das contas, perceber que a carreira está sendo homeopaticamente destruída por uma gestão de pessoas que se porta aquém da grandeza da Secretaria de Fazenda e da carreira dos Auditores Fiscais”, concluiu.
De nada adianta o Executivo aumentar o número de vagas no nível inicial da carreira, pensando em um novo concurso, sem que sejam eliminadas as principais causas dessa persistente evasão: falta de isonomia dentro da carreira e remuneração pouquíssimo atrativa frente ao cenário nacional.
O IAF segue na luta e já propôs algumas possíveis soluções para esses problemas. Infelizmente, parece que não há interesse suficiente em resolvê-los.
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