Diário do Nordeste
Afinado com o governo, o relator do Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), sinalizou que as negociações com os servidores públicos para reajuste de salários ficarão para 2009. Os gastos com pessoal fizeram parte do cardápio do almoço com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Ellen Gracie, na última sexta-feira.
Segundo o deputado, concursos e reajustes salariais estão suspensos. "A idéia é adiar uma boa parte dessas medidas para 2009 para resolver este grave problema que é a retirada da CPMF", afirmou o deputado, ressaltando que os cortes vão atingir a "política de pessoal" dos Três Poderes.
Pimentel voltou a criticar o Congresso pela extinção da CPMF e cobrou do Legislativo sua contribuição nos cortes para adequar o Orçamento ao "rombo" provocado pelo fim do imposto do cheque. "O Congresso Nacional foi quem criou o problema. Cabe ao Congresso Nacional dar a sua contribuição", disse Pimentel.
Mais cedo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que o governo não vai abrir mão da "rigidez orçamentária" na negociação dos reajustes salariais dos servidores públicos. O governo usará, afirmou Tarso, "diálogo e persuasão" para defender as contas, mas será firme com o funcionalismo.
O presidente da Comissão Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PB), e José Pimentel confirmaram que esperam uma reestimativa de receita deste ano para tentar diminuir a necessidade de cortes, inicialmente fixada em R$ 20 bilhões. "Eu tenho a intuição de que o corte pode ser um pouco menor, nunca maior", disse Maranhão. "A reavaliação de receitas facilitará a definição de cortes", disse Pimentel.
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