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Lula admite que erro do governo gerou crise

Correio da Bahia

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que o governo errou por não ter agido antes para impedir e punir os abusos nos gastos com cartões corporativos, já que as despesas eram publicadas pelo Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU), segundo disse ontem o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Segundo Múcio, o presidente disse que o governo deveria ter agido logo nos primeiros indícios de irreguralidades e sido enérgico quando surgiram, no Portal da Transparência, os primeiros gastos suspeitos. As declarações do presidente foram feitas na abertura da reunião de coordenação de governo, segunda-feira à tarde, no Palácio do Planalto.

"Cometeu-se algum erro? Cometeu-se. O governo tornou as contas transparentes, mas, em determinado momento, deixou de fazer a censura conta por conta. Nós não usamos a transparência a qual nós criamos na hora em que apareceu o primeiro erro. Poderíamos ter corrigido e talvez não ocorressem esses sucedâneos", afirmou o ministro, após reunir-se com líderes aliados no Planalto. "Lula disse que procurássemos ser mais fiscalizadores. Usar a divulgação (no Portal da Transparência) para fiscalizar. Poderia ter aferido antes o que estava sendo gasto. O funcionário que abusou deveria ter sido repreendido e não foi. De quem é a culpa? Não sei", afirmou José Múcio.

CPI – O governo quer evitar os erros cometidos com a falha da fiscalização dos cartões corporativos na condução da CPI mista que será aberta no Congresso. O núcleo de articulação política do governo orientou os líderes aliados para que tenham cuidado redobrado na escolha dos parlamentares que irão participar da CPI. O governo reivindica a presidência da CPI para um senador do PMDB e a relatoria para um deputado do PT, as duas maiores bancadas nas duas Casas.

Na reunião no Planalto, José Múcio deixou claro que não poderia haver qualquer descuido na escolha de parlamentares absolutamente fiéis, inclusive para integrar a comissão. "Vamos ter uma tropa de choque para elucidar os fatos. Um perfil chegou a ser traçado pelo governo para a seleção da tropa: os parlamentares não podem ser candidatos às eleições deste ano para evitar a pressão da mídia; precisam ser mais experientes, mais racionais e menos emocionais; não podem dar a vida por um holofote; além de serem discretos e com um alto índice de fidelidade aos líderes partidários".

O grande temor no governo é a repetição do efeito "Osmar Serraglio" (PMDB-PR), numa referência ao deputado escalado para a CPI dos Correios e fez uma investigação duríssima contra o governo e o PT. "Existe uma preocupação clara do governo com a escalação do time da CPI. Por isso, a determinação é de colocar parlamentares experientes. Vamos escolher com lupa os nomes dos deputados. Não podemos indicar alguém que possa dar problema ou que queira ser mais realista do que o rei. Temos que escolher políticos responsáveis, que não se deixem levar pelos holofotes", esclareceu o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves.

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