IAF entrevista Elisabete Conceição Costa de Oliveira
No mês da mulher, a entrevistada é a associada Elisabete Conceição Costa de Oliveira. Mãe, esposa, auditora e ex-presidente da Asfeb, além de excelente colega, Bete, como é conhecida nos meios fazendários, é o exemplo de dedicação, competência e respeito.
IAF: Conte-nos um pouco da sua história. Onde você nasceu?
Elisabete: Nasci em Santo Amaro da Purificação/BA, venho de uma família pequena, com apenas minha irmã Lúcia, meu pai Raimundo Elísio, também servidor da Sefaz/BA. Ele foi coletor estadual e minha mãe Mariinha, que cuidou de todos nós.
Em 1987 nasceu minha filha, Ana Carolina, advogada atuante, mãe do meu primeiro neto (Martin) e até maio deve chegar sua irmãzinha. Daí vou estar vovó em tempo integral por muito tempo.
IAF: Como foi a sua formação? (fale sobre o primário, secundário, superior, pós- graduação)
Elisabete: Fiz o meu primário em escola pública, no município de Riachão do Jacuípe/BA, o secundário em Alagoinhas/BA e o nível superior em Salvador/BA, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA, tendo me formado em Economia. Fiz duas pós-graduações: a 1ª em 1985 pela UCSAL/EAF – Especialização em Administração Tributária; e a 2ª em 2006, pela UNIFACS – Gestão Tributária.
No curso de Especialização em Administração Tributária, o primeiro elaborado pela Escola de Administração Fazendária em parceria com a UCSAL, tive o prazer de ter publicada a monografia que elaborei para conclusão do curso, cujo tema foi “O Diferimento do ICMS no comércio do cacau”.
IAF: Como foi que você chegou ao cargo de Auditor Fiscal?
Elisabete: Após trabalhar por 03 anos no setor privado, decidi participar de concursos públicos. Ainda trabalhando no setor privado, na época na CEMAN, fui aprovada em dois concursos: para Auditor da Receita Federal e para Auditor Fiscal da Sefaz/BA. Fui chamada na mesma época, para os dois, tendo optado pela Sefaz/BA, onde ingressei em novembro de 1981 sendo designada para trabalhar na Deref/Ilhéus – Infaz/Itabuna.
IAF: Quais as suas experiências no cargo de Auditor Fiscal?
Elisabete: Foram várias, pois passei por muitos setores da Sefaz. Na Infaz Itabuna, onde tudo começou, tive a surpresa de ser a primeira mulher a exercer essa atividade na fiscalização do comércio, mas fui muito bem recebida por todos os colegas da época, o que facilitou minha vida. Quatro anos depois, após concluir a primeira pós-graduação, me transferi para Salvador, tendo trabalhado inicialmente na Divisão de Tributação – DITRI e logo depois na Divisão de Fiscalização – DIFIS.
Resolvi retornar às atividades de fiscalização, tendo sido designada para trabalhar na Infaz Santo Antônio, em Salvador. Por volta de 1988, fui trabalhar no apoio ao Gabinete do Departamento de Administração Tributária. Em 1990, tive uma breve passagem pela Infaz Pirajá e logo em seguida fui para o Departamento de Inspeção, Controle e Orientação (DICO). Com a extinção do DICO, fui para a Auditoria Geral do Estado. No início de 2003 fui convidada a implantar a Corregedoria da Sefaz, tendo assumido a sua titularidade, onde fiquei até abril/2007. Na sequência passei pelo apoio à Chefia de Gabinete do Secretário, tendo ido para a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (INFIP), onde permaneci por mais de 10 anos, os últimos cinco anos na função de Coordenadora, me aposentando em julho/2021. Em toda essa minha trajetória convivi com colegas maravilhosos, fiz muitas amizades e posso garantir que só tenho boas recordações.
IAF: Como foi a conciliação entre a vida de mulher, mãe, esposa, avó e Auditora Fiscal? Enfrentou muitos desafios na múltipla jornada?
Elisabete: Não foi fácil, mas acho que a mulher nasce com habilidade para executar múltiplas atividades. Principalmente porque a maternidade termina exigindo de nós a superação das dificuldades no cotidiano e ensinando a conciliar razão e emoção. Muitas de nós têm a sorte de encontrar nesses momentos uma rede de proteção, que vem de todo lado, seja da família, dos amigos, dos colegas de trabalho, dos colaboradores e até daqueles que nem conhecemos. É aquela mão amiga, que aparece estendida e disposta a nos ajudar nos momentos mais difíceis e imprevisíveis. Eu me considero uma pessoa sortuda nesse aspecto, pois sempre dei conta do meu trabalho e de tudo que precisei fazer e nunca me faltou essa mão amiga me amparando. Sempre tive ao meu redor, colegas e amigos(as) dispostos a me ajudar e isso fez muita diferença! Não faço citações porque a lista é extensa e posso cometer omissões involuntárias.
IAF: Você foi Presidente da Asfeb. Como foi sua experiência nessa nobre tarefa de servir à sua categoria? Como conciliou os serviços na Sefaz e na Asfeb?
Elisabete: Fui Presidente da Asfeb por dois anos (2000-2001), com muita honra a primeira mulher eleita a ocupar esse cargo, mas ao todo eu me dediquei prestando serviços à Asfeb por um período de 10 anos, oito deles ocupando diretorias, inclusive quatro na Diretoria do Asfeb Saúde.
Foi um grande desafio que aceitei quando fui convidada em 1992, por Edmar Bezerra, para compor uma chapa e disputar as eleições da nossa associação, que naquela época era denominada Associação dos Auditores Fiscais dos Estado da Bahia (AAFEB) vindo, mais adiante, a se transformar na Associação dos Servidores Fiscais do Estado da Bahia (ASFEB). Foram 10 anos de muito trabalho, onde tive que conciliar as atividades da Sefaz com as atividades da Asfeb, equilibrando tudo isso com meus afazeres domésticos e familiares - mas a recompensa é imensurável! Tive o prazer de colaborar, juntamente com os demais colegas que integraram as diretorias da Asfeb, para implantar e consolidar um serviço de saúde de muito boa qualidade para a nossa categoria, o Asfeb Saúde, que se tornou patrimônio do Grupo Fisco. Nesse momento tenho que reconhecer a colaboração importantíssima de Orlando Lima, diretor do DICO no período em que participei da diretoria da Asfeb, pois ele sempre que podia reduzia um pouco da minha carga de trabalho na Sefaz, para que eu pudesse me concentrar na Asfeb.
IAF: O que mais te orgulha no período que você passou na SEFAZ?
Elisabete: Ser querida e reconhecida como uma profissional dedicada, competente e ciente de suas responsabilidades. Soma-se a isso o prazer de encontrar os colegas hoje em dia e sentir que eles gostariam de contar, ainda, com a minha presença no ambiente de trabalho.
IAF: Quando você se aposentou, como foi a adaptação à nova realidade?
Elisabete: Não foi fácil, ou melhor não está sendo fácil! Ainda não me acostumei. A pandemia apressou minha aposentadoria. Eu poderia até ter ficado mais um ou dois anos, mas senti que precisava desacelerar, parar e fazer um balanço da vida, me dedicar um pouco mais à minha família, estar mais próxima do meu neto, vê-lo crescer mais de perto.
IAF: Você se tornou uma “inativa” ou se dedica a outras atividades?
Elisabete: Por enquanto não tenho outras atividades de rotina, entretanto não me considero “inativa”. Isto para mim só quando a vida acabar.
IAF: Nesses dois últimos anos, com a pandemia, como você passou este período?
Elisabete: Apreensiva, mas segui trabalhando. Em um primeiro momento em home office, mas a partir de setembro/2020 de volta ao trabalho presencial como determinado pela Sefaz.
IAF: O que você gostaria de falar que não foi perguntado?
Elisabete: Eu quero mesmo é agradecer à Diretoria do IAF por me entrevistar nesse mês de março, tão simbólico, onde se comemora o Dia Internacional da Mulher.
Muito Obrigada!
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