Na primeira metade da década 1970/1980, quando era Secretário o Prof. Luiz Sande, eu exercia o cargo de Diretor da Fiscalização de Tributos. Trabalhavam comigo, numa das alas do Prédio da Secretaria, no CAB, cerca de 30 funcionários, uns do próprio quadro funcional e outros, por razões várias, contratados; estes com salários bem menor, o que os deixavam insatisfeitos, até porque medrava no meio deles uma máxima disseminada pelos entendidos em administração asseverando que “para trabalho igual deve haver remuneração igual”. 

Não demorou muito para eles extravasarem o seu descontentamento; começaram a fazer uma “operação tartaruga”, atrasando as tarefas estabelecidas. Fiquei numa situação delicada porque tinha metas a cumprir; tentei dissuadi-los sem sucesso.   

Numa manhã quando fazia, em casa, a minha oração pessoal, resolvi pedir ao Senhor uma solução, porque tinha aprendido que quando não se pode resolver pessoalmente algum problema, se deve entregá-lo nas mãos daquele que tudo pode. E Ele, logo me remeteu para a II Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, capítulo 3, versículo 10 que diz: “...quem não quer trabalhar, também não come...” 

Assim que cheguei na repartição pedi à Secretária que convocasse todos os reclamantes para uma reunião. Ao entrar na sala logo notei a surpresa deles, certamente por me entrarem com uma Bíblia na mão. Saudei a todos e pedi permissão para ler um texto bíblico e em seguida fiz uma breve reflexão para colocá-los no contexto, alertando-os que se aquela situação continuasse eu seria forçado a comunicá-la à administração central da Secretaria. E, sem esperar respostas, acrescentei que não gostaria de tomar esta atitude e sim defender o pleito deles, só que de uma forma pacífica e com eles voltando ao trabalho como antes.  

Eu acho que valeu a advertência paulina, tanto que eles retrocederam nos seus propósitos e tudo voltou ao normal no trabalho. 

(*) Auditor Fiscal aposentado