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Superávit ajuda a reduzir dívida

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) recuou 3,39% em julho, passando de R$ 1,34 trilhão para R$ 1,29 trilhão. Desse montante, a queda na dívida interna foi de 3,44%, levando o seu total para R$ 1,2 trilhão. Na dívida externa, o estoque também baixou 2,7%, fechando o mês passado em R$ 93,5 bilhões. De janeiro a julho, os juros apropriados por competência (contabilizados para o período) chegaram a R$ 89,3 bilhões na dívida interna. Apenas em julho, o valor foi R$ 13,82 bilhões na DPF, sendo R$ 14,61 bilhões na interna.

Os fortes superávits primários que o governo vem fazendo em 2008 e o maior custo médio da dívida, provocado pelos juros mais altos, fizeram com que julho tivesse resgate líquido de R$ 59,4 bilhões na DPF, o maior valor da série histórica do Tesouro. Em julho de 2007, o resgate líquido foi de R$ 39,67 bilhões e, em janeiro deste ano, R$ 34,43 bilhões. Desse montante, R$ 57,4 bilhões são na dívida interna e R$ 1,9 bilhão na externa.

Para o Tesouro, esse alto resgate líquido não significa dificuldade de colocar papéis no mercado porque julho é mês "cabeça de trimestre", com alto vencimento de títulos prefixados. Além disso, as emissões de R$ 33,35 bilhões na DPF – R$ 33,27 bilhões na DPMFi – foram consideradas "normais". Segundo o coordenador de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Rodrigo Cabral, janeiro e julho são, tradicionalmente, meses com os maiores resgates líquidos porque concentram LTNs (prefixados), papéis muito procurados por sua liquidez.

Na composição da dívida interna, julho teve queda de participação de prefixados de 34,77% para 30,88%. A parcela dos papéis ligados à Selic subiu de 34,46% para 36,82% e os vinculados a índice de preços aumentou de 27,9% para 29,47%. Os títulos remunerados pela variação de índice de preços aumentaram de 27,9% para 29,47%.

O relatório da dívida pública divulgado pelo Tesouro informou que, em julho, os vencimentos de até 12 meses da DPF reduziram-se de 25,85% para 23,84%. Na dívida interna, a queda foi de 27,41% para 25,24%. No mês passado, o prazo médio da DPF elevou-se de 41,28 meses para 43,41 meses, sendo que, na interna, o movimento foi de 39,07 meses para 41,33 meses. Os últimos 12 meses tiveram custo médio da dívida interna aumentado de 12,91% ao ano para 13,11% ao ano. Isso ocorreu pela maior variação dos índices de preços.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras, avaliou que julho, por ser cabeça de trimestre, tem vencimentos elevados e, naturalmente, ocorre queda no estoque da dívida. Ele também afirmou que o fato de o governo contar com superávits primários robustos dá mais flexibilidade na administração da dívida e mais conforto para realizar esse resgate líquido verificado no mês passado.

Pedras informou que Tesouro acompanha diariamente as condições do mercado externo, mas o país não tem necessidade de financiamento. "Vamos buscar esse mercado apenas quando as condições forem bastante favoráveis, como foi em maio na emissão do título em dólar. A partir de setembro, com o fim das férias no Hemisfério Norte, vamos acompanhar de maneira mais próxima", comentou.

Para o coordenador-geral de Controle da Dívida Pública, Antonio de Pádua Ferreira Passos, os leilões de agosto estão dentro das expectativas e permitem recuperar o alto resgate líquido ocorrido em julho. "Em maio, pela maior volatilidade das taxas, deixamos de fazer um ou dois leilões, mas não faltou demanda", ponderou.

O programa Tesouro Direto bateu dois recordes no mês passado. No primeiro deles, as emissões chegaram a R$ 183 milhões. Além disso, o número de novos investidores no programa alcançou a marca de 4.454 participantes. Nos últimos 12 meses, o aumento no total de investidores foi de 40,44%, o que elevou o total para 126.845 pessoas.

FONTE: VALOR ECONÔMICO – Repórter – Arnaldo Galvão, De Brasília

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