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Oeste da Bahia atrai R$ 1 bi para agronegócio

Maior pólo produtor da Bahia (BA), a região oeste do estado, está apostando na industrialização das commodities agrícolas e deverá receber, em 2008, mais de R$ 1 bilhão em investimentos. Apesar do principal foco ainda ser o setor de grãos, frigoríficos e usinas de álcool também chegam à região.

Os aportes chegam de todos os lados, boa parte deles vindo de fora do País. É o caso da parceria formada pela japonesa Mitsui, Multigrain e a cooperativa norte-americana CFS que está investindo US$ 500 milhões para a implantação de uma usina de álcool na cidade de São Desidério (BA).

Tamanho investimento pode ser explicado pelo fato de que hoje a Bahia exporta aproximadamente 80% do álcool que consome. Além disso o estado mantém um programa de incentivo à produção de álcool que já atraiu diversos grupos ao sul da Bahia. "Em 10 anos a cana vai representar 20% da área na região", prevê Humberto Santa Cruz, proprietário da Agronol e presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

Para estimular o plantio comercial da cana-de-açúcar a Fundação Bahia, por meio de um convênio firmado com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), desenvolveu quatro variedades do produto que se caracterizam pela adaptabilidade às condições regionais e altas produtividades. Uma delas pode chegar a 230 toneladas por hectare.

Outra empresa que exemplifica a diversificação da região e a expansão do seu processo de industrialização é o frigorífico Mauricéa, o maior da Região Nordeste, que irá iniciar no segundo semestre abate de frangos na sua unidade de Luís Eduardo Magalhães (LEM).

O investimento para a ampliação da planta está estimado em R$ 100 milhões, mas nos últimos 8 anos a empresa que é original de Pernambuco já investiu mais de R$ 200 milhões na cidade.

O empreendimento terá capacidade de abate de 300 mil aves por dia e fará o beneficiamento do milho e soja para a ração dos animais. "Esse é um dos segmentos que estão crescendo em função da ala dos grãos", diz Alcides Viana, assessor de agronegócios da Aiba.

Outro segmento que migra para a região, devido ao seu potencial graneleiro, é a indústria de biodiesel. Além da Bioóleo e da Comanche, empresa formada por um fundo de investimento norte-americano, a Bioclean Energy já está construindo uma planta com capacidade para produzir 100 mil m³ de biodiesel por ano. A companhia tem um acordo de cooperação com o governo que a exonerou na compra dos equipamentos. No último ano a BA foi estado no qual a produção de biodiesel registrou incremento mais expressivo, variando de 4,2 mil m³ para 43,2 mil m³.

Perfil da região

De acordo com o presidente da Agronol, após a região se consolidar como a maior produtora do estado ela passa agora por uma "segunda fase" que seria a formação de um complexo agroindustrial com 500 hectares .

A última adesão ao pólo é a São Braz, indústria e comércio de alimentos, que ontem assinou com o governador da Bahia, Jacques Wagner, um protocolo que irá viabilizar a implantação de uma indústria de produtos derivados do milho.

O investimento previsto é de R$ 28 milhões e o moinho terá uma capacidade de processamento de 500 toneladas por dia.

A expansão ganhou maior força após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter anunciado, no final do ano passado, um projeto de construção de um Porto em Ilhéus e a implementação da Ferrovia Bahia Oeste, conhecida como Oeste-Leste.

O empreendimento, estimado em R$ 2,5 bilhões, irá ligar o município de Ilhéus a região do Alto Tocantins. "Nos últimos seis meses todas as jazidas foram vendidas. Todas as grandes, Vale, Votorantim, correram para comprar", disse Santa Cruz.

Além das melhorias logísticas os incentivos do governo estadual, como o corte do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e lotes mais baratos, também tem atraído as empresas. A Bioclean é exemplo disso; dos 130 hectares que a companhia possui hoje 20 hectares foram doados pela prefeitura de LEM.

Expansão

O município de LEM foi emancipado em 2000, até então ele ficava sob a administração da cidade de Barreiras. De lá para cá a cidade aumentou de 18 mil para 42 mil habitantes, sendo que a imensa maioria está ligada à agricultura. A área agrícola dos quatro principais municípios é de 1,7 milhão de hectares divididos entre 1,2 mil produtores.

De acordo com Eduardo Yamashita, secretário de Agricultura local, hoje a cidade representa 40% de todo o crédito rural disponibilizado pelo Banco do Brasil para a Bahia.

"O agronegócio no oeste da Bahia movimenta R$ 5 bilhões por ano. Há três anos era cerca de R$ 2 bilhões", afirmou Eduardo Yamashita.

A região possui 1,7 milhão de áreas plantadas com grãos, mais 1 milhão de hectares dedicados à pecuária e 300 mil hectares à agricultura familiar. Segundo Yamashita, o Oeste baiano possui 16 milhões de hectares, destes 10 milhões agricultáveis.

Todas as grandes empresas ligadas ao agronegócio têm unidades na região: Bunge, Cargill , Louis Dreyfus, ADM e Multigrain são apenas algumas delas.

Esse crescimento termina por puxar toda uma gama de segmentos em torno do principal negócio que é o agronegócio.

"Pelo volume de tradings temos uma necessidade de em 10 anos dobrar a área de soja e algodão e triplicar a de milho. Criamos a demanda e hoje que essas empresas estão instaladas aqui temos que atendê-las", ressaltou o executivo.

Yamashita também destacou o crescente número de armazéns e silos que estão sendo construídos. "Cada dia um novo projeto é apresentado", disse. A construção civil também tem sido beneficiada com a elevada demanda para o comércio e residência.

Prata da Casa

A Agronol tem hoje cerca de 800 funcionários e 30 mil hectares a Agronol dedica-se à produção de mamão, laranja, limão taiti, tangerina, goiaba e abacaxi.

A fazenda também se destaca como produtora e exportadora de café, com foco no mercado de especiais. Atualmente com uma área irrigada de 1,5 mil hectares e produção média de 100 mil sacas por ano.

Fonte: Priscila Machado – DCI

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